Já lá estive

Desconfio que esta rua não se chama Rua Direita, mas podia muito ser esse o seu nome. Não há dúvida que parece uma ruazinha de uma aldeia de Portugal, tal como eram feitas as ruas na época medieval, inclinadas para o meio, onde era suposto que corressem as águas das chuvas e os dejectos que os habitantes atiravam para a rua.

Colónia del Sacramento, fundada por portugueses em 1860, fica nas margens do Rio de la Plata, mesmo em frente a Buenos Aires e o seu centro histórico mantém-se muito bem preservado.

Os argentinos gostam de se meter no jet foil e vir até aqui, ao Uruguai, passar o dia nas praias de Colónia ou simplesmente desfrutar da calma e da tranquilidade deste local, por oposição à confusão de uma grande cidade, como é Buenos Aires.

Estive lá em outubro de 2007.

Santiago Calatrava desenhou esta ponte pedonal, que está situada no dique 3 de Puerto Madero, em Buenos Aires.

A Puente de la Mujer é formada por um único mastro, de onde saem os cabos de aço que suspendem o tabuleiro; este, roda 90 graus, de modo a deixar passar os barcos de maior calado.

A ponte foi inaugurada em 2001.

Puerto Madero é um dos bairros de Buenos Aires que mais se modernizou nos últimos anos. Em 1926, com a construção do novo porto da capital argentina, o porto velho, nas margens do rio de la Plata, tornou-se obsoleto. A pouco e pouco as docas foram sendo ocupadas por restaurantes e discotecas, ao mesmo tempo que se construíram muitos edifícios modernos de escritórios.

Estive lá em outubro de 2007.

Conhecer a pampa argentina pode ser assim. Num dia de chuva diluviana, partir de Buenos Aires, em direcção a Santo António de Areco. Algures, na estrada 31, 120 km depois, um 4x4 vem buscar-nos porque o carro onde circulávamos não podia enfrentar tamanho mar de lama.

Seguem-se meis dúzia de quilómetros indiscritíveis, com a "estrada" a fugir debaixo dos pneus. Felizmente, a chuva parara.

A Estancia El Ombu de Areco é uma simpática propriedade privada, virada para o turismo rural. Trata-se uma casa colonial, construída no século 18 e que tem 9 quartos, uma sala de refeições, um salão de jogos e, em redor, vastos campos que, naqueles dois dias, estavam enlameados e quase intransitáveis.

Fizemos um passeio de carroça, onde fomos praticamente comidos vivos por milhões de mosquitos, que nos morderam através das calças, das camisolas e dos ténis.

E dormimos uma noite numa cama de ferro, com algum frio e desconforto. As pampas argentinas deixaram-nos, como recordação, dezenas de picadas de mosquitos. Temos que lá voltar com bom tempo...

Estive lá em outubro de 2007.

No sudeste de Buenos Aires, La Boca é um bairro peculiar, declarado "independente", em 1882, pelos seus habitantes. Para este bairro emigraram muitos italianos, no final do século 19 e no princípio do século 20.

As casas típicas do La Boca têm paredes de chapa ondulada pintada de cores garridas, como é costume em Génova, de onde derivam muitos dos habitantes originais. O nome do bairro (boca) vem do facto do mesmo se localizar junto à "boca" do rio Riachuelo, que serpenteia por ali.

Par além das casas típicas que, hoje em dia, se mantêm para turista ver, o bairro La Boca é internacionalmente famoso pelo clube de futebol, Boca Juniors, onde nasceram granes talentos, nomeadamente, Maradona.

Estive lá em outubro de 2007.