Já lá estive

Desconfio que esta rua não se chama Rua Direita, mas podia muito ser esse o seu nome. Não há dúvida que parece uma ruazinha de uma aldeia de Portugal, tal como eram feitas as ruas na época medieval, inclinadas para o meio, onde era suposto que corressem as águas das chuvas e os dejectos que os habitantes atiravam para a rua.

Colónia del Sacramento, fundada por portugueses em 1860, fica nas margens do Rio de la Plata, mesmo em frente a Buenos Aires e o seu centro histórico mantém-se muito bem preservado.

Os argentinos gostam de se meter no jet foil e vir até aqui, ao Uruguai, passar o dia nas praias de Colónia ou simplesmente desfrutar da calma e da tranquilidade deste local, por oposição à confusão de uma grande cidade, como é Buenos Aires.

Estive lá em outubro de 2007.

Apanha-se o buquebus em Buenos Aires e, depois de uma viagem agradável, através do Rio da Prata, que até dá direito a free shop, chega-se a Portugal.

Enfim, não é bem Portugal, mas parece. Trata-se da cidade de Colónia de Sacramento, no Uruguai, fundada em 1680 por D. Manuel Lobo, governador e capitão-mor da capitania do Rio de Janeiro, por ordem do rei de Portugal.

A ideia era reforçar a influência portuguesa nos territórios da América Latina e os castelhanos não acharam que a ideia fosse boa, pelo que ocuparam Colónia, 6 meses depois da sua fundação. Em 1683 os portugueses recuperaram a sua possessão, mas os castelhanos tornaram a ocupar o território e deste toma-lá, dá-cá, nasceu uma cidade com influências portuguesas e castelhanas, bem patente nas calçadas, nos telhados e, claro, na Porta de Armas representada na foto.

Depois do cosmopolitismo de Buenos Aires, a tranquilidade de Colónia faz-nos pensar, por momentos, que estamos, por exemplo, em Valença do Minho.

O centro histórico de Colónia del Sacramento foi considerada, pela Unesco, património da Humanidade.

Estive lá em outubro 2007.